O manual de segurança do condomínio desempenha um papel fundamental ao estabelecer normas e procedimentos a serem seguidos por moradores e funcionários, com o objetivo de prevenir a ação de criminosos. Ao optar por morar em apartamentos, muitas pessoas buscam escapar da violência. No entanto, é importante que todos compreendam que a eficácia das medidas de prevenção depende não apenas da tecnologia e da equipe de vigilância, mas, acima de tudo, do rigoroso cumprimento das regras e protocolos.

Importância do manual de segurança do condomínio: Um manual de segurança do condomínio é essencial, pois estabelece de forma clara as ações a serem tomadas em diferentes situações. O síndico, responsável por garantir o cumprimento das regras, baseia-se nas diretrizes previamente estabelecidas. Da mesma forma, os moradores podem colaborar e cobrar uns aos outros, visando ao objetivo comum de garantir a segurança de todos.

Passos fundamentais para a criação do manual de segurança do condomínio: A criação de um manual de segurança do condomínio requer a participação coletiva, ou seja, o síndico ou um grupo de pessoas não deve definir as regras sozinho. Além disso, copiar um documento de outro local não é uma solução adequada, pois cada condomínio possui características específicas, pontos fortes, pontos fracos e necessidades individuais. Portanto, antes de criar o manual de segurança do condomínio, é importante seguir alguns passos fundamentais:

  1. Mapeamento dos recursos e vulnerabilidades: Antes de discutir o assunto com todos os envolvidos, é interessante que os responsáveis pelo condomínio realizem uma reunião exclusiva para tratar da segurança. Nessa reunião, os recursos podem ser divididos em três categorias: materiais (grades, câmeras, portões, alarmes, sistemas de monitoramento, sensores etc.), humanos (gestores e funcionários capacitados com frequência) e rotinas (acordos que orientam procedimentos como o fechamento das grades ao levar o lixo para fora, abertura do portão para entregadores ou prestadores de serviços, cuidados na entrada da garagem, etc.). É fundamental registrar no papel quais recursos de segurança o condomínio possui atualmente e o que pode ser melhorado. A pessoa ou grupo responsável pela elaboração do manual de segurança do condomínio pode reunir informações como: quais equipamentos tecnológicos estão disponíveis, qual é o nível de capacitação dos funcionários para operar esses recursos, existem pontos cegos ou brechas na segurança do condomínio, as rotinas do condomínio estão expostas perigosamente e podem ser facilmente identificadas por criminosos.
  2. Discussão em assembleia: Com as respostas para as perguntas anteriores – e outras que possam surgir -, é possível iniciar as melhorias necessárias. Por exemplo, se não há câmeras de segurança, o síndico pode apresentar propostas durante uma assembleia, incluindo orçamentos, fornecedores, formas de utilização, entre outros aspectos. A contratação ou treinamento de um funcionário também é fundamental, pois ter apenas uma pessoa responsável pela portaria pode não ser suficiente. Na verdade, se essa pessoa não estiver bem treinada, ela pode se tornar um alvo para criminosos que desejam obter informações privilegiadas e agir com maior eficácia. Uma ótima alternativa é a instalação de uma portaria remota, que remove o funcionário do local físico e aumenta a segurança do prédio. As rotinas também devem ser discutidas, como a entrada e saída de moradores e visitantes, abertura do portão para pessoas que estão entrando, realização de atividades sempre no mesmo horário, etc.

Aspectos essenciais para incluir no manual de segurança do condomínio: Após a discussão em assembleia, é hora de criar o manual de segurança do condomínio propriamente dito. Ele deve ser distribuído fisicamente ou disponibilizado online, garantindo que todos os moradores tenham acesso ao documento. Além disso, é importante registrá-lo no regimento interno do condomínio. A seguir, são apresentados cinco aspectos que devem ser abordados de forma obrigatória:

  1. Tecnologia: Descreva todos os recursos tecnológicos disponíveis, explicando seu funcionamento, finalidade e ações a serem tomadas em caso de variações no seu desempenho. Isso é importante para que todos entendam a utilidade dos equipamentos e saibam como agir em situações de emergência, como incêndios, por exemplo.
  2. Barreiras físicas: Muros, grades e telas de proteção devem seguir um padrão estabelecido. Essa referência precisa estar detalhada no manual de segurança do condomínio, garantindo que tanto os moradores atuais quanto os futuros estejam cientes das normas.
  3. Funcionários: Os funcionários devem receber treinamento adequado e estar familiarizados com as normas. Eles devem ter autonomia e autoridade para evitar desvios do padrão estabelecido. É comum que, por se sentirem subordinados aos condôminos, eles se tornem permissivos e acabem quebrando algumas regras, sem perceber que isso compromete totalmente o sistema de segurança.
  4. Moradores: Os moradores são os principais interessados na eficiência do sistema de segurança. Portanto, é fundamental que estejam totalmente cientes do que foi acordado e cumpram as determinações rigorosamente. Um manual de segurança do condomínio não está completo sem a colaboração dos moradores.
  5. Códigos e condutas: Esses são específicos de cada condomínio e devem ser desenvolvidos em conjunto, não permitindo exceções. Por exemplo, se for estabelecido que nenhum visitante pode entrar sem autorização prévia, essa regra não pode ser violada.

É interessante combinar com os moradores alguns sinais de alerta para situações suspeitas. Dessa forma, cada um pode ajudar o outro em casos de roubo, assalto ou sequestro. Conhecer bem os vizinhos também é uma medida de segurança adicional. A solidariedade nessas situações pode fazer toda a diferença.

Com essas orientações, você pode começar a planejar o manual de segurança do seu condomínio e estabelecer planos para o futuro. Lembre-se de que, se atualmente não há recursos para implementar todas as medidas, é importante planejá-las a curto, médio e longo prazo, mas não deixe de executá-las.

A segurança no condomínio é uma responsabilidade coletiva, e a criação de um manual de segurança eficaz é um passo fundamental para garantir a proteção de todos os moradores. Ao seguir os passos mencionados e abordar os aspectos essenciais, você estará promovendo um ambiente seguro e tranquilo para todos no condomínio.

Esteja aberto a sugestões e revisões do manual de segurança ao longo do tempo, pois as necessidades e tecnologias podem evoluir. Mantenha uma comunicação aberta com os moradores, incentivando sua participação e colaboração ativa na implementação das medidas de segurança.

Com o comprometimento de todos, seu condomínio pode se tornar um lugar seguro e protegido, proporcionando tranquilidade e bem-estar para todos os seus moradores.

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