Você certamente já ouviu falar da energia solar como uma alternativa para reduzir drasticamente sua conta de energia, chegando a até 95% de economia, além de ser um investimento lucrativo com altos retornos. Mas você sabia que esse mercado está prestes a passar por sua maior transformação desde a popularização desses sistemas?
Isso mesmo! Com a aprovação do marco legal da geração distribuída (lei nº 14.300) no início de 2022, estamos prestes a presenciar um impacto significativo no mercado a partir do próximo ano. Mas como será o futuro da energia fotovoltaica a partir de 2023? A energia solar ainda será um investimento rentável e seguro?
Descubra o que é o marco legal da geração distribuída!
Em janeiro de 2022, a lei nº 14.300 instituiu o marco legal da micro e minigeração distribuída. Essa importante medida estabeleceu uma taxação progressiva dos créditos gerados pelos sistemas fotovoltaicos de micro e minigeração, incluindo usinas residenciais, comerciais e pequenas usinas.
A partir de janeiro de 2023, todos os sistemas desse porte serão taxados, começando com 15% e aumentando 15% a cada ano até 2028, quando a taxação chegará a 90%!
Mas não se preocupe, como explicamos em outro artigo do nosso blog, agora é o momento ideal para investir em sistemas solares, uma vez que todos os sistemas instalados antes do início da taxação estarão isentos dessas taxas até 2045, o que equivale à vida útil média desses sistemas.
No entanto, o marco legal não significa o fim da energia solar, como alguns podem acreditar. Haverá uma adaptação às novas formas de taxação e uma evolução tecnológica para maximizar o aproveitamento desse recurso valioso.
Descubra como funciona hoje!
Entendemos que haverá taxação a partir do próximo ano, mas como isso afetará os sistemas existentes? Para entender isso, vamos primeiro entender como os sistemas funcionam atualmente.
Hoje, ao dimensionarmos sistemas fotovoltaicos, consideramos duas formas de energia: a energia consumida instantaneamente pela unidade geradora e a energia excedente, que é injetada na rede e utilizada pelas unidades consumidoras próximas.
Assim, para obter economia máxima na conta de luz, o sistema é dimensionado para sempre gerar mais energia do que é consumido instantaneamente, gerando créditos pela energia injetada na rede.
Essa estratégia é benéfica porque, atualmente, cada quilowatt-hora (kWh) gerado para a rede representa um kWh abatido na conta de luz por meio desses créditos. Com isso, os sistemas conectados à rede (on-grid) oferecem um ótimo custo-benefício e dominam o mercado.
O que mudará com a nova lei?
Como mencionado anteriormente, a principal mudança trazida pela lei é a taxação dos créditos gerados. Isso significa que toda energia excedente gerada, aquela que não é consumida instantaneamente pela unidade geradora, terá um “desperdício” associado a ela.
Em termos práticos, se você injetar 1 kWh de energia na rede, você receberá o equivalente a:
- 0,85 kWh em 2023;
- 0,70 kWh em 2024;
- 0,55 kWh em 2025;
- 0,40 kWh em 2026;
- 0,25 kWh em 2027;
- 0,10 kWh em 2028.
Portanto, a injeção de energia na rede, que antes era fundamental para a redução da conta de energia, será cada vez menos vantajosa.
Como será a partir de 2023?
Com a injeção de energia na rede se tornando cada vez menos benéfica, o mercado precisará adaptar os sistemas para aproveitar ao máximo a energia consumida instantaneamente.
Isso significa que será necessário dimensionar os sistemas com alta precisão, levando em consideração o consumo instantâneo do cliente. Embora a redução do tamanho dos sistemas seja uma possibilidade, isso naturalmente não proporcionará o máximo abatimento na conta de energia.
Nesse sentido, a adoção de outras tecnologias será essencial. A tecnologia MLPE (Module-Level Power Electronics), que utiliza microinversores e já está sendo amplamente utilizada na micro e minigeração, ganhará ainda mais espaço com a nova lei. Essa tecnologia permite um monitoramento mais fácil e ajustes ao longo do tempo.
Outra tecnologia que ganhará destaque no mercado é o uso de baterias, tanto em sistemas híbridos quanto em sistemas autônomos (off-grid). Embora o uso de baterias ainda aumente o custo do sistema, ela possibilita o armazenamento da energia produzida em vez de injetá-la na rede.
Portanto, a partir de 2023, veremos uma mudança disruptiva no mercado de energia solar, com a adoção de novas tecnologias e práticas. Por isso, é importante buscar empresas que estejam preparadas para essas mudanças e que tenham uma equipe técnica qualificada.
A energia solar ainda será um excelente investimento?
Com o avanço da tecnologia e a disseminação da energia solar, os sistemas fotovoltaicos se tornaram mais acessíveis e atualmente são uma das formas mais baratas de geração de energia. Isso significa que sim, a energia solar continuará sendo um ótimo investimento!
No entanto, a partir de 2023, quem desejar instalar um sistema de energia solar precisará fazer uma pesquisa cuidadosa e encontrar a tecnologia e metodologia que melhor se adaptem à sua realidade e objetivos de retorno sobre o investimento.
A instalação de um sistema como é feito atualmente resultaria em uma redução significativa no retorno do investimento, portanto, será necessário ter um cuidado especial para entender exatamente o que está sendo oferecido e como isso afetará sua conta de energia e seu investimento.
Além de todos esses fatores, a energia solar continua sendo um bom investimento por diversos motivos. Entre eles, destacam-se:
- Imunidade à inflação energética e possíveis aumentos desproporcionais nas tarifas;
- Garantia de funcionamento do sistema por 25 anos;
- Valorização do imóvel.
Portanto, aqueles que afirmam que a energia solar estará acabada a partir do próximo ano estão equivocados! Precisamos apenas nos adaptar.